Acordamos um pouco tarde para pegar a estrada, já perto do meio dia. Tínhamos que dar um jeito de compensar o atraso, mas não demos sorte. Um grupo de índios estava fazendo um protesto na única estrada que ligava Arraial D'Ajuda à BR-101 e ninguém podia passar. Ficamos bastante preocupados, pois se tivéssemos que ficar mais um dia lá, não chegaríamos a tempo de voltar ao trabalho. Felizmente havia uma alternativa. Atravessamos de barca até Porto Seguro e seguimos pela estrada de lá.
No caminho, na altura de Itamaraju, encontramos um outro motociclista que estava numa Twister personalizada com carenagem esportiva e vários adesivos. Quase não era possível reconhecer que era uma Twister. Ele veio nos acompanhando por vários quilômetros até um posto, onde abastecemos e trocamos uma ideia. Esse trecho foi mesmo muito divertido, com todas as curvas e ultrapassagens de uma moto sobre a outra.
Por conta do atraso na hora de acordar e o transtorno causado pelos índios, não conseguimos chegar até Vitória-ES. Anoiteceu e resolvemos passar a noite em São Mateus-ES.
O problema de ter passado a noite lá foi que tivemos que rodar mais de 700 quilômetros numa estrada cheia de caminhões, o que nos obrigou a rodar a 20 km/h em vários trechos, tornando a viagem muito mais cansativa.
À noite, enfim, chegamos de volta ao Rio de Janeiro depois de 6 630,8 quilômetros de viagem. Amanhã a vida volta ao normal, mas já estamos pensando em um lugar para ir no ano que vem. A única certeza que nós temos é que nosso próximo Destino será a Estrada!
Nossa jornada precisava continuar. Nos despedimos de Raquel e partimos para Arraial D'Ajuda. Havia um lugar lá perto chamado Ilha dos Aquários que não tivemos tempo de conhecer da última vez, então decidimos ir para lá. Trata-se de uma ilha no meio do rio Buranhém, que separa Arraial D'Ajuda de Porto Seguro. Há vários aquários com diversos peixes diferentes na ilha, inclusive tubarões e arraias, além de palcos com shows de bandas locais e área com DJs. Numa situação normal o lugar estaria cheio e movimentado, mas, para a nossa surpresa, não tinha muita gente por lá. Lógico, pois a festa do dia era em Porto Seguro, onde estava rolando o CarnaPorto. Pegamos a barca para o outro lado do rio só para dar um "confere", e realmente lá estava muito melhor.
Que tal ficar em Itacaré por mais um dia e curtir um pouco mais de suas lindas praias? Foi o que nós fizemos. E já que é assim, Raquel nos levou à praia de Jeribucaçu. O lugar é pitoresco. Para chegar lá, passamos por uma trilha no meio da Mata Atlântica até chegarmos ao lugar onde o rio Jeribucaçu deságua no mar. A areia tem uma mistura de cores pouco encontrada em outras praias. Preta, branca e em tons de laranja em alguns trechos. Já na praia, a areia é de cor mais comum.
Para aqueles que gostam de trilhas, praias e surfe, fica a dica: quando forem a Itacaré não deixem de visitar Jeribucaçu.
O carnaval ficou pra trás, hora de começar a voltar pra casa. Pegamos o ferry-boat para a Ilha de Itaparica, de onde pegamos a estrada para Itacaré. Raquel estava nos esperando no bar com uma cerveja gelada e caipirinhas preparadas na hora. Nisso ela é especialista!
Uma semana sem escrever uma palavra sequer neste blog. Mas vocês me entendem, não é? Durante o carnaval não sobra muito tempo nem pra sentar na frente do computador. E o nosso carnaval foi bastante movimentado. Nos primeiros dias, quarta, quinta e sexta, ficamos pela rua na chamada pipoca curtindo o movimento no circuito Barra-Ondina. Estávamos juntos eu, Alex, a prima dele Manuela e a minha amiga Danielle.
Enquanto isso, Eduardo estava em Itacaré mais uma vez. Ele aproveitou esses primeiros dias de folia pouco movimentada para surfar naquelas praias. Lá, ele reencontrou Raquel, que foi com ele até Salvador passando por Morro de São Paulo.
No sábado, Dani me falou que a boa era o camarote da Oceania, que ficava em frente ao Farol da Barra. Liguei para Alex e Eduardo para confirmar a compra dos ingressos e logo depois fui com Dani até o Shopping Aeroclube, onde há uma verdadeira feira livre de abadás de todos os blocos e camarotes. O negócio ali é pechinchar e comprar com quem oferecer o melhor preço.
Eduardo estava vindo com Raquel de Morro de São Paulo e fui me encontrar com eles no ferry-boat que faz a travessia da Ilha de Itaparica para Salvador. De lá fomos até a casa da minha mãe, que mora em Salvador, e fizemos um lanche antes de ir para a festa.
O camarote era realmente muito bom. Da sacada dava para ver a saída de todos os trios elétricos, e dentro rolava shows com DJs e Toni Garrido. Era all inclusive, o que significava que bebida e comida eram livres e qualquer um podia pegar o que quisesse quando quisesse.
No domingo saí com Eduardo no bloco Ara Ketu, onde encontramos mais duas amigas, Mara e Ro. Infelizmente uma briga do lado de fora do bloco acabou com a nossa diversão um pouco mais cedo. Não exatamente pela briga em si, mas por causa do gás de pimenta que a polícia baiana resolveu jogar na multidão para afastar os dois brigões. Não sou especialista em segurança pública, mas creio que melhor seria se os policiais tivessem imobilizado os causadores da confusão em vez de jogar gás no meio do povo. O gás que se espalhou fez com que muitas pessoas passassem mal, inclusive uma amiga das meninas que estavam conosco, o que fez com que elas abandonassem o circuito mais cedo. Nós acabamos saindo minutos depois.
Raquel, que tinha voltado para Itacaré por causa do trabalho, acabou retornando no dia seguinte. Conseguiu uma folga com o chefe e juntou-se a nós mais uma vez. Estávamos na Barra sem saber direito o que fazer quando encontramos um vendedor ambulante com entradas para o camarote Planeta Othon. O preço estava bom, mas não era all inclusive. Por causa disso, Alex acabou desistindo e segui com Eduardo e Raquel.
No último dia de folia, Dani se juntou a nós mais uma vez. Saímos nas ruas procurando algum camarote bacana e acabamos encontrando o da Skol, que também não era all inclusive, mas era open bar, ou seja, a bebida era liberada.
Dentro do camarote o espaço era amplo, dava para ver todos os trios elétricos que passavam por lá sem precisar fazer muito esforço. Mas a surpresa mesmo foi quando o Jammil e Uma Noites passou por lá. O vocalista da banda, Tuca Fernandes, entrou no camarote e fez um show especial para a turma de amarelo (cor do abadá).
A festa estava boa, mas infelizmente uma hora tinha que acabar. E essa hora chegou. Hoje estamos deixando Salvador e iniciando a nossa jornada de volta para o Rio de Janeiro. Saímos deixando saudades.
