20 fevereiro 2009

De Volta Pra Casa

As férias estavam chegando ao fim. Nosso último trecho era de Parati-RJ até a capital fluminense, passando por Angra dos Reis-RJ e outros belos cenários.

Saímos cedo do hostel, pois Eduardo tinha compromisso marcado no Rio de Janeiro e não podia se atrasar. No caminho de volta fomos vendo o mar à nossa direita do alto dos morros pelos quais passávamos. Quando chegamos próximos a um túnel, senti uma rajada de vento lateral que chegou a me desestabilizar um pouco. Por dois segundos senti o que Molinari e Eduardo passaram durante horas lá nos pampas uruguaios.

Passamos pela Usina Nuclear de Angra dos Reis, mas passamos batidos. Não paramos para tirar fotos. Pelo jeito estávamos mais concentrados em chegar logo em casa, já que estávamos tão pertinho.

Conforme íamos nos aproximando do Rio de Janeiro, a quantidade de automóveis viajando no sentido oposto ao nosso aumentava. Até que parou de vez na altura de Itaguaí. Os cariocas já estavam saindo da cidade por causa do carnaval, mas obras na pista impediam o tráfico de fluir livremente. Nós também fomos obrigados a andar devagar por causa dessa obra. Muitos caminhões carregando material de construção trafegavam a 10 km/h na nossa frente. Enquanto torrávamos as nossas cabeças debaixo daquele sol escaldante, Molinari e Adenize se divertiam em Caxambu-MG.



Próximo do meio dia, chegamos ao Rio de Janeiro. Nos separamos pouco depois de entrar na cidade. Eduardo seguiu pela Av. Brasil enquanto eu segui rumo à Av. das Américas em direção à Barra da Tijuca.



Tanto esforço valeu a pena. Em 21 dias fizemos uma viagem que pouca gente que conhecemos teria coragem de fazer. Muitos até nos chamaram de loucos. Pode ser verdade, mas somos loucos felizes e realizados.

Quando cheguei em casa o hodômetro da minha moto marcava 7 262,9 km rodados. Foi a maior viagem que já fiz até hoje. Mas, como Molinari me disse, esta foi a primeira de muitas.

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19 fevereiro 2009

Praias

Ilhabela-SP foi o lugar que escolhemos ontem para passar a noite e assim podermos curtir uma praia antes de seguir viagem. Depois do café da manhã pegamos as motos e fomos rodar por esta ilha paulista tão bem falada. Perguntamos no hostel qual era o melhor lugar para ir e o cara que estava na recepção nos indicou a praia de Curral. Fomos para lá, mas parando em outras praias no caminho.



As praias pelas quais passamos são todas de águas calmas e ótimas para relaxar. Além disso, tinha pouca gente por lá. Aquelas praias, porém, não nos impressionou muito e não chegavam aos pés de outras que visitamos durante a viagem. Pelo menos a água não era tão fria como a de Punta del Este.

A grande desvantagem de Ilhabela-SP é o preço das coisas. Tudo lá é caro. Inclusive o albergue da juventude de lá foi o mais caro de toda a viagem. Na hora do almoço pedimos o cardápio de um restaurante na praia e o susto foi tão grande que mudamos de idéia e achamos que talvez fosse melhor almoçar quando saíssemos da ilha.

Voltamos ao hostel para arrumar as nossas coisas para seguir viagem e, quando chegamos lá, Molinari ligou nos avisando que já estava em São Sebastião-SP procurando o local de embarque para atravessar para Ilhabela-SP. Nós o impedimos a tempo e marcamos de nos encontrar lá para almoçar.



Fizemos a travessia de volta para São Sebastião e com o grupo todo reunido mais uma vez, fomos a um restaurante especializado em frutos do mar e com os preços por menos da metade dos que são praticados em Ilhabela. O camarão saiu muito menos salgado.



Depois do almoço nos separamos de novo. Molinari e Adenize foram visitar Ilhabela-SP enquanto eu e Eduardo rumamos para Parati-RJ visitando mais praias no caminho. Uma das mais bonitas foi Caraguatatuba-SP. Estamos pensando seriamente em voltar lá quando tivermos uma oportunidade. Talvez em algum desses feriados prolongados ao longo do ano. Também passamos por Ubatuba-SP e outros lugares paradisíacos antes de cruzar a fronteira com o Estado do Rio de Janeiro.



Chegamos em Parati-RJ no início da noite. Tínhamos tempo de sobra para conhecer um pouco da cidade, que já se preparava para o carnaval.



No hostel conhecemos Rafael de Noronha Goyos, piloto da moto número 108 do campeonato brasileiro de motovelocidade, categoria 250cc. Ele é filho do dono do albergue e ficou super empolgado com as nossas motos, principalmente quando soube que estávamos vindo da Argentina.

Depois de instalados, fomos dar uma volta na cidade e paramos em uma esfiharia, onde havia mais de 100 tipos diferentes de cerveja. Nos sentimos na obrigação de provar pelo menos uma.



Molinari ligou para saber se chegamos bem. Ele não ia voltar para o Rio de Janeiro conosco, e sim para Caxambu-MG, onde passaria o carnaval. Nos contou também um fato inusitado que ocorreu durante a sua visita a Ilhabela-SP. Depois de rodar por quase toda a ilha, resolveu parar para tomar um banho de mar. Procurou uma sombra para estacionar a moto, tirou a camisa e a calça ficando só de sunga, guardou as roupas no baú, travou o guidom da moto, trancou o baú, passou protetor solar e, finalmente, foi correndo em direção à água. Nesse momento um fiscal da prefeitura que estava por ali hasteou uma bandeira vermelha indicando que aquele local estava impróprio para o banho. Caramba, mas depois de todo esse preparativo? Pois é. Segundo ele, as casas daquela região não têm redes de esgoto, e sim fossas. Quando chove essas fossas transbordam, poluíndo o mar. Tinha chovido há poucos dias e por isso a interdição. Molinari teve que colocar o capacete de volta e procurar uma outra praia em melhores condições. É, essas coisas acontecem.

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18 fevereiro 2009

Nas Curvas da Estrada de Santos

Pois é, estamos seguindo o caminho de volta para o Rio de Janeiro. A idéia é chegar lá até o dia 20 porque Eduardo tem compromisso marcado.

Pela manhã me encontrei com Molinari, Adenize e Eduardo no hotel onde eles estavam no centro de Curitiba-PR. Do mesmo ponto de onde dias atrás saímos para ir a Florianópolis-SC, nos preparávamos para voltar para casa.

Já na estrada, nos divertimos mais uma vez nas curvas da rodovia que ia da capital paranaense até a cidade de Registro-SP, passando pela área de Mata Atlântica do Parque Estadual de Jacupiranga. Foi bom pegar asfalto de boa qualidade depois de tanto tempo nas estradas ruins do nordeste da Argentina e do oeste do Paraná.

A idéia de Molinari era dormir em São Paulo para, no dia seguinte, voltarmos ao Rio. Não me pareceu uma idéia muito boa, pois, assim ia ficar parecendo que as férias terminaram lá em Foz do Iguaçu. Eduardo também não parecia lá muito satisfeito com a idéia.

Aproximadamente na altura de Cajati-SP paramos em um posto para nos reidratarmos e aproveitamos para olhar o mapa e ver quais eram as nossas opções. Molinari sugeriu que parássemos antes da cidade de São Paulo, em uma pequena estância turística chamada Embu das Artes. Parecia ser uma boa opção, mas por que não voltarmos pelo litoral? Molinari replicou dizendo que aumentaria o percurso, já que teríamos que ir até São Paulo para depois fazer o desvio. Voltamos ao mapa e constatamos que ele estava ligeiramente enganado. A poucos quilômetros do lugar onde estávamos, em Miracatu-SP, havia uma rodovia que levava direto para Praia Grande-SP, lugar onde ele e Adenize haviam estado no início destas férias (eles saíram antes, lembram-se?). A nossa idéia era passar a noite em Ilhabela-SP.

Após entrarmos em acordo, voltamos para a estrada e seguimos até Registro-SP, onde paramos para almoçar e onde encontramos um casal de motociclistas e suas Harley-Davidsons, que também estavam voltando da Argentina. Esse é o destino de muitos aventureiros que andam sobre duas rodas aqui no Brasil.

Mais à frente, tomamos o desvio para o litoral através da SP-055. De novo saímos de uma rodovia em pista dupla para pegar uma de mão dupla, cheia de caminhões e de asfalto de baixa qualidade. Para piorar, à medida em que íamos chegando perto de Praia Grande-SP, a quantidade de radares aumentava. Era como uma temporada de caça a veículos rápidos, pois os limites de velocidade caíam drasticamente de 80 km/h para 40 km/h em um intervalo de poucos metros. Tínhamos de estar atentos.

Enfim, chegamos a Praia Grande-SP. Já era início de noite e Molinari e Adenize se sentiam cansados. Acharam melhor ficar por lá mesmo e só no dia seguinte é que iriam para Ilhabela-SP. Eduardo e eu ainda tínhamos fôlego suficiente para chegar até o destino previamente combinado. Já estava pertinho, mas nos informaram que até lá a viagem seria mais lenta por causa da alta quantidade de áreas urbanas no percurso. Resolvemos ir assim mesmo.

Atravessamos a Ponte Pênsil e já estávamos em Santos-SP, onde pedimos informação para chegar até à estrada conhecida como Rio-Santos. Estávamos em uma cidade com uma quantidade impressionante de motociclistas. Um deles se propôs a nos levar até Guarujá-SP, que era para onde ele estava indo e de onde pegaríamos a estrada que buscávamos. A outra opção era irmos por Cubatão-SP, mas o percurso seria mais longo. De Santos para Guarujá pega-se uma barca para atravessar de um lado para o outro. Para a nossa sorte, só precisa pagar a taxa de travessia quem vai no sentido Guarujá-Santos.



Do outro lado estávamos de novo por nossa conta. Achar o início da Rio-Santos não foi difícil daquele ponto, ainda mais que era uma estrada bastante conhecida por lá. Todo mundo soube nos dar informações quando precisamos.

Estávamos em uma estrada cheia de curvas fechadas, trechos sem acostamento, muitos altos e baixos e pista de mão dupla, porém com várias surpresas agradáveis e visuais memoráveis. Vínhamos andando pela estrada em meio às árvores que margeiam o asfalto quando, de repente, depois de muitas curvas e subidas, chegávamos a um ponto no alto de onde se tinha uma visão privilegiada das praias abaixo. Foi realmente uma pena ter pego esse trecho durante a noite. Aposto que de dia o visual é ainda mais bonito. Agora sei porque o rei Roberto Carlos se inspirou tanto a ponto de fazer uma música sobre as curvas dessa estrada.

Quilômetros depois estávamos chegando à cidade de São Sebastião-SP, onde tomamos uma outra barca para chegar a Ilhabela-SP. Desta vez não teve como escapar do pagamento do embarque.



Amanhã vamos sair pra conhecer um pouco desta ilha tão bem falada do litoral paulista.

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17 fevereiro 2009

Debaixo de Chuva

Dia de sol entre nuvens em Foz do Iguaçu. Molinari tinha me ligado ontem e me disse que pegou chuva forte na estrada. Hoje pela manhã ele ligou outra vez e disse que em Curitiba o tempo estava bom. Ao que tudo indicava, eu não teria o mesmo problema que eles tiveram. Melhor assim, dirigir na chuva não é muito bom. Sei que tem gente por aí que se amarra, mas eu não gosto.

Fui na assistência técnica da Kasinski e a moto já estava pronta. Os caras aproveitaram para lavá-la, removendo todos aqueles bichos que peguei nas estradas argentinas. Estava brilhando.

De volta ao hostel, coloquei toda a bagagem na moto mais uma vez e peguei a estrada. A julgar pela aparência do céu naquele momento eu ia fazer uma viagem em terreno seco. E as coisas continuaram assim até que cheguei em Cascavel-PR, onde parei para abastecer e fazer um lanchinho na loja de conveniências do posto.

O tempo mudou rapidamente e foi só sair do posto para a chuva começar a cair. E tinha um agravante, alguma coisa estava errada com a moto, pois, quando molhava, perdia potência. Acredito que na revisão os mecânicos deixaram alguma vela exposta. Ou então era algum problema com o alarme, sei lá. Era uma coisa que me incomodava, apesar de não me impedir de seguir viagem. Mas a lavagem que tinham feito na moto já era.

A chuva caiu forte e continuou assim durante 70 quilômetros. Quando passou, a moto foi voltando ao normal aos poucos. Logo eu já podia fazer ultrapassagens com segurança novamente.

Em um determinado ponto, ainda com a pista molhada, os motoristas que vinham no sentido oposto começaram a lampejar os faróis dos carros indicando que havia alguma coisa errada onde eles tinham acabado de passar. Reduzi a velocidade e redobrei a atenção na pista. Alguns metros depois descobri o motivo do alarde. Dois automóveis haviam se chocado forte um contra o outro. Vários outros carros estavam parados nos acostamentos de ambos os lados da pista. Aparentemente o acidente tinha recém acontecido. Não deu pra ver se houve vítimas, mas os carros estavam acabados. Perda total nos dois. Em pista molhada há de se reduzir a velocidade e ter mais cuidado que o normal justamente para evitar esse tipo de desastre.

O resto do caminho até Curitiba-PR foi tranquilo. Só aquela chuva que vinha e voltava, afetando a potência da moto, é que me deixava chateado. Uma coisa que me chamou a atenção foi a quantidade de pedágios que encontrei naquela rodovia. O asfalto não era dos melhores, mas tinha um pedágio atrás do outro. E não era dos mais baratos.

No início da noite cheguei à capital paranaense e logo tratei de entrar em contato com Molinari para avisar que eu havia chegado. Ele estava no hotel e me disse para ligar para Eduardo, que tinha saído para jantar. Marcamos de nos encontrar em uma churrascaria onde ele já estava.

Chegando lá, ele me contou que tinha conhecido uma alemã perto do hotel e a convidou para passear por Curitiba. Ao passarem na entrada da tal churrascaria, parou para pedir informações. Foi aí que entrou em cena Nádia Elizabeth, uma pesquisadora gaúcha que estava trabalhando para algum órgão turístico curitibano. Ela convidou os dois para jantar lá mesmo sob a condição de responderem à perquisa dela. Eduardo ficou meio desconfiado, mas acabou aceitando. Quando eu cheguei, me juntei a eles.

A pesquisa tratava-se de como turistas viam Curitiba, o que eles procuravam e quais eram as suas impressões. Foi um bate-papo bastante descontraído e, para mim, um excelente jeito de relaxar depois de mais de 6 horas na estrada.

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16 fevereiro 2009

Separado do Grupo

Segunda-feira, dia de acordar cedo, fazer revisão na moto e deixar Foz do Iguaçu. Tomamos o café da manhã rapidamente e pegamos as motos para levar nas respectivas assistências técnicas. Eduardo só precisava trocar a pastilha do freio traseiro, que já estava nas últimas. Já o meu problema era mais sério. Precisava fazer a revisão dos 6 mil km e a minha previsão era de que iria durar a manhã inteira. Sem problemas, deixaríamos a cidade rumo a Curitiba depois do almoço.

Procurei o endereço da concessionária Kasinski em Foz pela internet e fui para lá. Eduardo me acompanhou até a concessionária da Yamaha, que ficava no caminho e convenientemente próxima ao hotel onde estavam Molinari e Adenize.

Chegando lá fui muito bem atendido pelos funcionários, porém tínhamos um problema. Eles estava abarrotados de serviço e tinham cinco motos para fazer revisão. Eu ia ter que voltar lá amanhã. Caramba, e agora? Não estava previsto ficarmos tanto tempo assim em Foz do Iguaçu. O jeito foi explicar pro cara a minha situação de viajante. Pedi que ele me desse uma ajuda e priorizasse a revisão da minha moto. Ele franziu a testa, coçou a cabeça e foi falar com um dos mecânicos. Minutos depois voltou e disse que faria o serviço hoje, mas só me entregaria depois das 18h00. Tive que aceitar, não tinha outra alternativa.

Perguntei que ônibus tomar para ir até a concessionária da Yamaha, mas eles tinham um carro saindo para fazer um serviço externo que ia passar por lá e me deram carona. Eduardo tinha se encontrado com Molinari para irem juntos à concessionária da Yamaha, só que, quando cheguei, eles já tinham ido embora. Trocar pastilhas é um serviço realmente rápido. Eles tinham ido procurar a concessionária da Kasinski e acabamos nos desencontrando. Por telefone combinamos de nos encontrar no hostel.

Chegando lá, falei para Eduardo do meu problema. Ele resolveu ir com Molinari e Adenize para Curitiba, onde nos encontraríamos no dia seguinte. Sem problemas. Sobraria tempo para que eu pudesse atualizar este blog, que já está bem atrasadinho mesmo.

Foi um dia morto. Eu já tinha visto tudo o que tinha pra conhecer na cidade. Fiquei na área de camping e à beira da piscina do hostel quase o dia inteiro. Mais tarde Molinari me ligou dizendo que já estavam em Curitiba e que tinham pego chuva forte na estrada. Estranho, aqui o tempo ficou aberto o dia inteiro. Espero que eu pegue tempo bom amanhã.

Até que ficar no hostel teve o seu lado bom. Eles têm computadores disponíveis para os hóspedes, mas não têm os programas mais usados, como Skype. Entretanto, eles têm wi-fi e quem tem um laptop nas mãos pode usar o software que lhe convier, como era o meu caso. Foi aí que conheci uma israelense muito simpática que estava meio que desesperada para usar o Skype. Ela veio até mim e perguntou se poderia usar o meu EeePC. Respondi que sim e, como gosto de aprender sobre outras culturas, aproveitei para puxar papo com ela. Falar inglês tem suas vantagens.

Ela estava com uma amiga e, como não tínhamos nada para fazer, fomos até o centro da cidade, onde jantamos e elas puderam conhecer um dos principais produtos de exportação brasileiro, a caipirinha.



De lá fomos a uma sorveteria, onde nos esbaldamos!



Pois é, uma das grandes vantagens de ficar hospedado nos Albergues da Juventude é a chance de poder conhecer gente do mundo inteiro.



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15 fevereiro 2009

Nas Cataratas

Mais uma vez eu precisava fazer revisão na moto. A Comet GT-R precisa de uma a cada 3 mil quilômetros com tolerância de 10%. A moto já estava com 6 700 km rodados e, como hoje é domingo, terei que esperar até amanhã. Não sei quantas horas leva para fazer a revisão dos 6 mil, mas creio que levará a manhã inteira. Se for assim, sairemos amanhã depois do almoço e chegaremos em Curitiba durante a noite. Eduardo também precisava fazer manutenção na XTZ-250 dele, mas era serviço rápido. Só precisava trocar as pastilhas do freio traseiro, que já estavam nas últimas.

E já que estamos em Foz do Iguaçu, por que não fazer uma visitinha às cataratas? Ótima ideia. Ligamos para Molinari, que já estava em Foz, e marcamos de nos encontrar aqui mesmo no hostel. Mas a proposta era atravessar a Ponte da Amizade e passar para o Paraguai para fazer umas comprinhas. Só depois é que iríamos ver as famosas quedas d'água que separam o Brasil da Argentina.

Resolvemos ir de táxi porque fomos advertidos que no Paraguai há muitos roubos de veículos brasileiros e nós não estávamos nem um pouquinho a fim de voltar a pé para o Rio de Janeiro. O táxi veio rápido e o motorista tinha sido o mesmo que deu a Molinari e Adenize a informação de onde ficava o hostel quando eles se viram perdidos no caminho do hotel onde eles estavam para cá. Coincidências acontecem.

Atravessar para o lado Paraguaio é a coisa mais fácil que existe. Nem parece que existe aduana, pois ninguém pediu os nossos documentos. Passamos e ninguém nos incomodou.



Ciudad del Este-PAR parece mais um grande camelódromo onde vende-se de tudo. Enquanto andamos nas ruas, os venderores ambulantes vão nos mostrando os seus produtos. Alguns passam massageadores nos nossos ombros enquanto caminhamos. É engraçado, mas chega a um ponto que passa a incomodar.



Fomos advertidos a comprar somente dentro dos shoppings, mas passamos por um camelô que estava vendendo pen drives de 32 GB por um preço bastante atraente. Não resistimos e acabamos comprando alguns. Mais tarde descobrimos que eram falsificados, não funcionavam direito. Ainda bem que estavam baratinhos.

De volta ao Brasil, pegamos as motos e fomos almoçar em uma churrascaria que o motorista do táxi havia nos indicado.



De lá fomos direto para as cataratas. Já visitei o Parque Nacional do Iguaçu há 1 ano e meio atrás, mas não deixei de ficar impressionado com essa maravilha da natureza. Dizem que a ex primeira dama dos Estados Unidos Eleanor Roosevelt, ao ver as Cataratas do Iguaçu, exclamou “Pobre Niagara!”



No estacionamento do parque vimos as duas motos dos australianos que estavam em Punta del Este. Um deles tinha me falado que iam passar por Foz do Iguaçu.

Ao deixarmos as cataratas, Molinari nos sugeriu visitar o Marco das Três Fronteiras. No encontro dos rios Iguaçu e Paraná dá para ver a Argentina e o Paraguai, cada país com o seu marco.



Um bom dia merece uma boa comemoração, por isso nada melhor que uma dose caprichada de cachaça da boa! (Não se enganem. O líquido nos copos é água mineral mesmo).



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