09 fevereiro 2009

Buenos Aires, Aí Vamos Nós!

Depois de fazer amizade com o pessoal do hostel de Punta del Este-URU, chegou a hora da despedida. As meninas quando nos viram com as roupas que usamos para sair na estrada, pediram várias fotos. O único problema de ficar em albergues é que fazemos amigos, mas logo temos que deixá-los. Nem sempre voltamos a nos comunicar outra vez.



Pouco antes de deixarmos o hostel, conversei com um australiano que também estava de moto. Ele a tinha transportado para Los Angeles e estava viajando pelas Américas. Veio dirigindo pelo Panamá e entrou na América do Sul pela Colômbia, passou pelo Peru, Chile, Argentina e estava indo para o Brasil. O plano dele era ir para Porto Alegre, Foz do Iguaçu, São Paulo, Rio de Janeiro e transportar a moto de volta para a Austrália. Isso sim é que é viagem!

No caminho para o hotel onde nos encontraríamos com Molinari e Adenize, paramos em alguns pontos para tirar mais fotos. Punta del Este é uma cidade muito bonita e organizada. Coisa de primeiro mundo. Recomendo uma visita a todos leitores. Tínhamos que ficar com o máximo de recordações que podíamos.



Nos encontramos com Molinari e Adenize e pegamos a estrada rumo a Colónia-URU, onde pegaríamos o ferry-boat para atravessar para o lado argentino do Rio da Prata. Eles continuaram sofrendo com os ventos laterais perpétuos das estradas do Uruguai, enquanto eu seguia na maior tranquilidade.

Estava chegando a hora do almoço e, como estávamos nos arredores de Montevidéu-URU, resolvemos parar por lá mesmo. Rodamos um pouco pela cidade procurando um lugar pra parar, mas não encontramos nada interessante, até que Molinari parou para pedir informação a um senhor que estava parado na rua ao lado de um carro. Quando ele viu que éramos brasileiros, fez questão de nos levar a uma das melhores áreas da cidade para fazer uma refeição. Foi aí que ele entrou em seu carro e nos disse para seguí-lo até o porto, onde havia mais de dez restaurantes para escolhermos.

O restaurante que ficamos era realmente muito bom. Nos sentimos como se estivéssemos em um país da Europa. O garçon nos ofereceu um médio-médio (meio a meio) -- uma taça com metade vinho branco, metade espumante. O almoço também estava uma maravilha e o ambiente completava a nossa satisfação.



Demos umas voltas pela cidade antes de ir embora e seguimos para Colónia-URU. Mas não sem antes tirarmos umas fotos da capital uruguaia.



Mais alguns quilômetros até Colónia-URU e fomos procurar informações sobre a travessia assim que chegamos lá, mas descobrimos que sairia um pouco caro. O atendente nos disse que poderíamos passar por uma ponte que ficava a uns 50 km ao norte, mas os argentinos estavam fazendo piquetes e protestos por lá e a ponte estava fechada. Havia uma outra a 200 km, que também estava fechada, e outra a 400 km. Esta última estava aberta, mas não valia a pena estender a nossa viagem em mais 800 km, pois, além de ficar demasiadamente longa e demorada, nós já estávamos cansados para isso.

Resolvemos pagar os quase 100 dólares da travessia, mas tivemos outro problema. Os funcionários da empresa Buquebus nos davam informações imprecisas. Tínhamos dois tipos de ferry-boat para escolher. Um levava três horas, o outro, uma para atravessar. O mais lento era mais barato, mas sairia em 20 minutos. O outro era mais caro e partiria mais tarde, mas ainda assim chegaria antes do primeiro. O problema é que estava lotado, pois as pessoas compravam as passagens em Montevidéu e iam de ônibus até Colónia.

Deixamos os nossos nomes na lista de espera e ficamos na expectativa de sermos chamados, senão só no dia seguinte. Já cogitávamos conhecer Colónia-URU, que era uma cidade fundada pelos portugueses na época que o Uruguai ainda pertencia ao Brasil.

Depois que todos os passageiros já tinham embarcado, o funcionário da empresa responsável pela travessia começou a chamar os nomes que estavam na lista de espera. Dos quase 20, só dois se manifestaram. Os nossos nomes eram os últimos da lista. Para a nossa felicidade, sobrou umas vagas para nós e nossas motos. Tivemos que preencher todos aqueles papéis da imigração e acabamos atrasando a saída do ferry-boat, pois eles estavam esperando somente por nós para partir.

Por dentro a embarcação é muito confortável, com ar condicionado e até um free shop disponível para os passageiros.

Finalmente, às 8h45 da tarde (!), vimos Buenos Aires começando a aparecer do outro lado.



Chegamos à capital argentina, nosso destino final, onde passaremos uns dias antes de começar a voltar para o Brasil. Ao chegarmos no hostel Suites Florida os hodômetros das motos estavam marcando 3900 km rodados.

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