05 fevereiro 2009

Subindo a Serra

Acordamos na manhã de quarta-feira e tivemos uma surpresa agradável. Ao contrário do tempo ruim e de nuvens pesadas do dia anterior, o céu estava clareando. Ótimo para um passeio de moto. Então jato d'água nas máquinas, graxa nas correntes e bagagem pronta. Tudo em ordem para pegarmos a estrada mais uma vez. Não sem antes darmos uma parada em um dos mirantes de Floripa para umas fotos.



Como o tempo estava favorável, resolvemos ir pela Serra do Rio do Rastro -- caminho mais longo, porém, mais bonito, afinal, a maior diversão está no caminho, não na chegada. A partir de Palhoça-SC acaba a via em pista dupla da BR-101 e a estrada passa a ser em mã0 dupla, mas há obras de ampliação em alguns trechos. Seguimos até Tubarão-SC, onde paramos para almoçar.



Estômagos devidamente preenchidos e seguimos para Lauro Müller-SC, onde começa a estrada para a serra. O céu estava ficando nublado e assim que paramos para abastecer a chuva caiu. Felizmente chuvas de verão não duram muito tempo.

Subimos a serra com a pista ainda molhada e torcendo para não chover. Assim poderíamos curtir melhor aquele visual deslumbrante da montanha. Fomos subindo as curvas de 180 graus e tirando fotos da paisagem. À medida em que subíamos, a cerração ia ficando mais forte. Em pouco tempo já estávamos dentro das nuvens. Mal dava para ver a moto que estava à minha frente.




Estava começando a ficar frio. Quanto mais subíamos, mais frio. Avisos de advertência na estrada nos informava que a estávamos a mais de 1400 metros de altitude e nos dizia para tomar cuidado com o gelo na pista. Para a nossa felicidade a pista não congela durante o verão, apesar do frio.



E aconteceu o que nós não queríamos: começou a chover. Sem problemas, as nossas roupas eram impermeáveis e estávamos protegidos, certo? Nem tanto. A roupa impermeável da Zebra que Molinari estava usando não era tão impermeável assim. A água passou pelo tecido e o frio foi mais intenso para ele. Acho que deu zebra!

Paramos em um ecoresort chamado Snow Valley a poucos quilômetros do centro da cidade de São Joaquim-SC, a cidade mais alta do Brasil. Eles ofereciam aos turistas esportes de aventura, como arvorismo e pêndulo. Eu e Eduardo resolvemos descer pela tirolesa, que tinha 700 metros de comprimento -- a primeira descida de 300 e a segunda de 400 metros -- e o ponto mais alto ficava a mais de 60 metros do solo. Altamente radical!




Continuamos seguindo viagem até Lages-SC, onde Molinari e Adenize resolveram passar a noite. Já era 20h30. O céu ainda estava claro, mas restavam poucos minutos até o sol se pôr por completo. Eu e Eduardo resolvemos seguir o roteiro assim mesmo e pegamos o caminho para Gramado. Logo na saída de Lages passamos por uma mancha de óleo no meio da pista que se estendia por quase 1 km. Evitamos esse impecílio andando próximos ao acostamento.

Já no Rio Grande do Sul, paramos em Vacaria para alongarmos os músculos e tomar um café bem quente para dar uma aquecida. É impressionante como as pessoas fazem perguntas sobre a minha Comet GT-R a cada parada que fazemos.

De novo na estrada, a próxima parada seria em Gramado. Daquele ponto em diante parecia que a estrada era só nossa. Quase não nos deparávamos com outros veículos. Em alguns pontos dava para sentir o cheiro das plantações de uva e maçã à beira da estrada, privilégio que dificilmente alguém que viaja de carro pode ter.

Por volta das 3h00 da manhã chegamos a Gramado. Paramos as motos para ligar para o albergue onde passaríamos a noite e eu acabei me descuidando um pouco. Parei numa calçada em declive e, ao tentar sair da moto, ela acabou descendo um pouco, levantando o descanso lateral. Tentei segurá-la, mas não teve jeito. Foi para o chão. Segunda moto batizada. Felizmente não houve nada com a carenagem. Nenhuma trinca, nenhum arranhão. Só tive que reposicionar o retrovisor esquerdo.

Depois do susto, mais um perrengue. O albergue da juventude de Gramado estava fechado para reformas e só reabriria no dia 17 de fevereiro. Como não podíamos esperar tando, fomos para o de Canela, que estava aberto e ficava a 9 km dali. Finalmente, depois de quase 700 km rodados, achamos um lugar para passar a noite.

Cuidado: animais na pista

No caminho para Gramado vimos várias corujas no asfalto que voavam quando viam os faróis das motos. Uma delas estava no acostamento e quando nos viu alçou vôo em direção à estrada. Quando a vi me abaixei e ela passou a poucos centímetros do meu capacete.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Que aventura e tanta!!!!!! Que lugares lindos e maravilhosos eu viajei!!!!!!
Bjos.