07 fevereiro 2009

Atravessando a Fronteira

Acordamos cedo ávidos para passar para o outro lado da fronteira com o Uruguai. Pegamos as motos e fomos diretos para a estrada. Ninguém queria ficar mais um segundo sequer em Rio Grande-RS. Seguimos pela BR-116 até o Chuí-RS, a cidade mais ao sul do Brasil. O caminho para lá é um retão imenso que parece não ter fim. Me lembrei que eu havia sido advertido ainda no Rio de Janeiro sobre essa estrada e me dei conta de que não havíamos abastecido. A gasolina que eu ainda tinha daria para ir até o Chuí, mas fiquei preocupado com Eduardo, pois além do tanque pequeno, a Lander dele consome bem mais rápido em velocidades superiores a 100 km/h.

Emparelhei a moto ao lado dele e fiz sinal perguntando como estava o tanque. Ele respondeu que já estava na reserva. Andamos vários quilômetros sem sinal de posto. Estávamos a um passo de uma pane seca. Quando vi que era iminente, pedi que ele parasse no acostamento para ver o que poderíamos fazer. Molinari não nos viu e seguiu na frente. A minha idéia era parar em alguma casa por ali que tivesse carro para ver se eles concordavam em nos vender um pouco. Saímos olhando, mas ninguém por ali tinha carro -- pelo menos em local visível.

Um pouco mais adiante, a salvação da lavoura. Encontramos Molinari parado na entrada de um posto de gasolina. Foi um alívio que veio na hora certa. Enchemos os tanques até a boca.

Saímos dali e a poucos quilômetros do Chuí-RS, um susto. Uma cadela saiu do meio do mato e foi para a estrada. Eduardo freiou e se desviou, mas eu, que vinha atrás, não tive tempo hábil para isso. Bati com o meu pé contra ela quebrando a sua perna. A bota me protegeu, mas tive a pedaleira direita rompida. A cadela se recuperou e foi andando para uma casa que ficava próxima à estrada. Acho que foi procurar socorro com o dono. Eu fui dirigindo até o Chuí-RS sem a pedaleira, onde pus uma nova.



A cidade de Chuí-RS é muito interessante. As pessoas por lá falam portunhol fluente e aceitam tanto reais quanto pesos uruguaios como moeda corrente. Uma rua divide os dois países. De um lado o Brasil, do outro o Uruguai.



Almoçamos do lado uruguaio da fronteira e seguimos para a aduana, onde não tivemos problemas para passar.



Finalmente estávamos no Uruguai. Da fronteira fomos para Punta del Este e a estrada do Chuí pra lá era igualmente reta, mas com um impecílio: havia muitos ventos laterais. Eu não tive problemas, mas Eduardo e Molinari com as suas motos trail iam sendo empurrados para o acostamento. Enquanto eles iam a 70 km/h eu ia a 110 km/h sem problemas. Eles tinham que segurar as motos "no braço". Fomos obrigados a parar para que eles tivessem um descanso. Pois é, se eu tive problemas naquela estradinha de terra para Salto Morato no Paraná, agora era a vez deles sofrer.

Chegando em Punta, abastecemos e fomos procurar um hotel para Molinari e Adenize. Eu e Eduardo íamos ficar no hostel El Viajero. Encontramos gente muito boa e animada por lá.

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2 comentários:

Anônimo disse...

adorei ter notícias de vcs... que viagem boa hein!!! proxima eu me candidato..hehe beijos

Thais

Anônimo disse...

Oi Fran, sou a irmã da adenise.
Prazer em ver suas fotos também, vc está muito bem!e adorei a sua idéia do blog, mt show!! Voce é jornalista?? se não...Parabéns! cuida porque vc tem tino literário rs*

Molinaris queridos,
as fotos ficaram lindas, adorei. A mamãe não fala outra coisa "está morrendo de saudades" ela disse que voces vão chegar antes do carnaval é verdade??
Eduardo está mais magro hehehe!
beijos